Um morador de Cáceres (210 km de Cuiabá) teve uma surpresa na madrugada desta quarta-feira (18.05), as câmeras de segurança da residência dele flagraram um tamanduá-mirim, passeando dentro do imóvel.
O ambientalista Antonio Salvador da Silva, que mora na rua das Graúnas, na quadra do Hospital Regional região central de Cáceres, conta que a cidade tem poucos espaços verdes que sirvam de corredor de pequenos animais que vivem nas matas próximas da cidade, e por isso essas invasões acabam acontecendo.
O ambientalista disse que ao ver o animal preso dentro de casa, optou por abrir o portão dos fundos e permitir que tamanduá mirim, saísse em direção um espaço verde que mantém ao lado de sua casa, juntamente com seu sobrinho, o médico Roosevelt Castrillon. A área, em meio à região urbana densamente habitada, pertenceu ao engenheiro Arno Riedder (falecido recentemente), que mantinha ali um mini horto e habitat de pequenos animais.
Cáceres é a maior do pantanal do Mato-grossense, tem cerca de 100 mil habitantes e é cercada pelas Serras das Araras e Quilombo, e pelas áreas alagadas onde se inicia a planície pantaneira. Apesar de estar cercada por fauna e flora das mais ricas do mundo, a cidade nunca teve a preocupação de reservar áreas verdes entre os espaços habitados, daí as aparições de animais silvestres, como o registrado nesta madrugada.
Antonio Salvador, que foi gestor da Câmara Municipal de Cáceres, defendeu entre tantos projetos que a administração do município, adquirisse uma outra área – pertencente à família do advogado Jacques Souto Faria – para criar um parque ecológico, que servisse de abrigo aos pequenos e médios animais da fauna do município, evitando que eles interagissem com os humanos.
O Tamanduá-Mirim é um animal de porte médio, que atinge 77 centímetros de comprimento e até 7 quilos, nativo da mata atlântica brasileira. Suas patas tem unhas compridas que ajudam na escalada e para cavoucar ninhos de formigas e cupins, seus alimentos preferidos. O bicho é inofensivo. Não tem nenhum dente na boca, mas possui um focinho comprido com um linguarão enorme que o ajuda a desentocar os alimentos.
Quando se sente ameaçado o tamanduá fica em pé, abre o braços – para parecer mais perigoso -, e solta um odor desagradável que inibe o ataque de predadores. De hábitos noturnos, o bicho tem visão e audição pouco desenvolvidos, mas um olfato apuradíssimo.