Mapeamento da PM/Cáceres aponta aumento em roubo e furto de veículos
Por JORNAL EXPRESSÃO
10/02/2014 - 13:22
Foto: arquivo/ilustrativa
Duzentos e quarenta veículos, a maioria motocicletas, foram roubados ou tomadas de assaltos a mão armada, em Cáceres, em 2013. Oitenta e um foram interceptados e recuperados antes de entrarem ao território boliviano. É o que revela um mapeamento de roubos e furtos de veículos, elaborado pelo 6º Comando Regional de Polícia Militar (6º CRPM). Ao todo foram 200 motos e 40 carros. Esse tipo de crime, de acordo com a estatística, elevou-se, principalmente, a partir de 2012, após a desativação do posto do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) localizado na BR-070, no distrito do Limão.
“A fronteira sempre foi rota da criminalidade. Contudo, o nosso mapeamento, aponta um crescimento, ainda maior desse tipo de delito, a partir da desativação do posto do Limão, em 2012” afirma o comandante do 6º CRPM, coronel Cilson de Oliveira, acrescentando que, o maior número de motos roubadas é do modelo Titan, seguida das Biss e Bross. Nos 12 meses de 2013 foram roubadas ou tomadas de assaltos, 87 Titans, 77 Biss e 17 Bross. Além de 19 de outros modelos. “As Titans e Biss, principalmente, são as mais visadas pelos bandidos por serem econômica e de fácil comércio na Bolívia” informa Silva.
Além da desativação da base militar no distrito do Limão, o comando do Gefron, atribui o elevado índice de roubo de veículos, em Cáceres, a fragilidade das leis. Ele diz que, a maioria dos bandidos presos, em flagrantes, pelo grupo, é colocada em liberdade, em poucos dias, e, logo voltam a praticar os mesmos crimes. “Muitas pessoas presas, em flagrante, pelo Gefron, voltam a praticar os mesmos crimes, porque são colocadas em liberdade, em poucos dias” queixa-se.
Diz que, mesmo assim, o número de apreensões de entorpecentes e recuperação de veículos, vem crescendo a cada ano, na fronteira.
“Em 2013 apreendemos 804 quilos de entorpecente, contra 140 de 2012. Um crescimento de mais de 700%. O número de veículos recuperados, mais que dobrou. Foram 41 em 2013 contra 20 de 2012” informou.
Comandante do 6º CRPM, coronel Cilson observa que, além do não cumprimento do acordo para devolução dos veículos roubados, celebrado em 2005, entre Brasil e Bolívia, as autoridades bolivianas, ainda cobram taxas altíssimas para devolvê-los, aos proprietários.
A taxa para devolução de motos, de acordo com a polícia, varia de 1 a três mil reais. Em casos de carro, o valor pode chegar até R$ 20 mil, como foi cobrado da empresária cuiabana, que teve o Hyundai Sonata, tomada de assalto a mão armada, na saída de San Matias, no final de 2013. Inconformada com a situação ela resolveu abandonar o veiculo à pagar a taxa de restituição aos bolivianos. Outro caso de pagamento da taxa foi revelado pelo fazendeiro Nelson Miura. Ele teve que desembolsar dois mil reais para recuperar um trator roubado de sua propriedade na fronteira.
FALTA DE SEGURANÇA
No último dia 4, durante um debate entre autoridades do Brasil e Bolívia, na localidade de Corixa a 80 quilômetros de Cáceres, na divisa com a Bolívia, o sub-chefe da Delegacia da Policia Rodoviária Federal (PRF), o inspetor Luiz Antonio Rodrigues do Carmo, disse que diante da falta de segurança, a PRF está desaconselhando brasileiros a entrarem a Bolívia para turismo ou negócios.
Há duas semanas, durante participação em uma sessão ordinária da Câmara de Vereadores, o representante da sociedade organizada de San Matias, Vitor Hugo Salvedra, disse que os últimos acontecimentos afastaram os turistas brasileiros, causando uma queda considerável no comércio da cidade.