O programa eleitoral na TV inicia hoje com apresentação dos candidatos a presidente e deputados federais. Já os postulantes aos cargos de governador, senador e deputados estaduais serão exibidos a partir de amanhã. A 46 dias das eleições, o clima da disputa ainda não contagiou a população e com isso o programa passa ter uma importância ainda maior. 

O analista político João Edisom afirma que o Brasil passa por um momento atípico, pois nas últimas seis eleições este período já seria de fervor com cabos eleitorais nas ruas. Para ele, este fenômeno tem três motivos. O primeiro ainda é resquício das manifestações ocorridas em julho do ano passado. "Os políticos não estão com coragem de ir às ruas". 

Outra avaliação feita por Edisom é de que as coligações formadas para este ano são maléficas aos candidatos novos, o que acabou causando um efeito de desânimo nos próprios postulantes. "A coligação foi feita para eleger os mesmo e isto desanimou completamente. Os velhos caciques estão acabando com a política no país", criticou. 

A questão financeira também é um dos motivos para o esfriamento do período eleitoral. "Os próprios políticos encareceram tanto as campanhas que eles mesmos estão assustados com o valor. Tem candidato que irá fazer campanha somente nos últimos dias. Cabos eleitorais também devem ser contratos somente nos últimos dias", explicou. 

Para os programas eleitorais de governador, Edisom acredita numa polarização entre a disputa entre os candidatos Pedro Taques (PDT) e José Riva (PSD). Além da apresentação dos candidatos, ambos já devem iniciar com "alfinetadas". Já Lúdio Cabral (PT) terá a missão de defender os governos de Silval Barbosa (PMDB) e Dilma Roussef (PT) e ainda apresentar suas propostas. Ele acredita ainda que o governador de Mato Grosso será o "saco de pancada" nesta eleição, fato que poderá prejudicar o petista. 

Já na disputa para presidente, João Edison acredita que os candidatos vão dedicar menos tempo à apresentação e já devem iniciar com um tom mais contundente e comparativo. Dilma deverá mostrar os avanços do governo petista, mostrando que precisa de mais quatro anos. Já a oposição que tem Aécio Neves (PSDB) e, possivelmente, Marina Silva (PSB) deverão expor os pontos fracos da atual gestão como a questão da saúde e violência.